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Há tempos venho ensaiando minha volta ao  mundo literário. Antes, era capaz de devorar até 3 livros por semana. A fome de leitura era imensa. E aos poucos foi ficando cada vez mais espartana. Foi quando decidi entrar na livraria pra comprar um livro novo. Afinal o meu trajeto de casa ao trabalho é de quase uma hora e, ao invés de uma revista qualquer, por que não uma boa história ?

Decidida, entrei na livraria Cultura e aí veio meu espanto. Queria algo do Nick Hornby ou do Irvine Welsh. Meus queridinhos. Literatura pop para os momentos de transporte coletivo. A surpresa foi descobrir que a literatura estrangeira em plena livraria de três andares se resumia a duas miseras prateleiras. De Hornby só um exemplar de Um Grande Garoto. De Welsh, o último, que eu já tinha.

Foi quando desencanei e já estava indo embora. Na saída a surpresa maior: quase toda bibliografia de Hornby a preços megalo acessíveis. O mais caro era R$ 20. Não fosse o detalhe: em inglês. É. Comprei o meu Juliet, Naked, último livro lançado pelo inglês pela bagatela de R$ 15, o preço de uma revista.

Dai ficou aquela velha dúvida. O brasileiro não consome tanto livro por preguiça mesmo de ler ou por que os preços realmente não atraem ? O exemplar nacional era R$ 30. O lançamento em inglês saiu por R$ 15. E o caixa ainda me perguntou se eu queria dividir em duas vezes. Como assim ?

Matei dois coelhos com uma cajadada. Pratico meu inglês, sem mexer muito no bolso. E como diria minha amiga Vaneida, melhor ler o autor em sua língua natal. Coitado do Dostoiévski. Vai esperar um pouco então.

nao tinha lido ainda Alta Fidelidade ? Talvez porque o momento tivesse que ser AGORA. Comprei antes de vir pra ca. Ja tinha visto o filme e confesso que nem tinha curtido tanto assim, apesar do John Cusack (que eu adoro, acho um gato e foi o melhor ator pra dar vida a Rob). Nao vi a montagem do Felipe Hirsch (acho o Guilherme Weber no palco meio canastrao).

me apaixonei. Na maioria das vezes acho o livro melhor que o filme mesmo. E li em cinco sentadas. Ok, talvez tivessem sido mais, mas foi numa velocidade feroz diante da minha preguiça de começar a ler algo. Sim, um dos pecados capitais preferidos por mim e a preguiça. Tinha horas que queria ler aos poucos, pra nao acabar depressa demais. Igual fez o mocinho do yakult que falei aqui tempos atras. Saboreando aos pouquinhos.

a sensaçao foi de ser um Rob de saias. Com cinco anos a menos que o personagem principal, eu tambem me encontro naquela fase de nao saber pra onde ir. Engraçado pois tempinhos atras eu tambem pensava em fazer listas de top fives pra matar o tempo de ocio por aqui.E continuo escutando musica de toneladas.

e nesses tempos de regresso de Saturno comecei tambem a rever a vida amorosa. Dando de cara com a….rejeiçao ! Sim, assim como Rob, na maioria das vezes eu que fui abandonada. Posso contar nos dedos de uma mao aqueles que dei um pe na bunda. E quando eu contava isso pra algum amigo, nao sei se pela maneira espontanea de falar, todos achavam engraçado e riam. Claro que digo isso com a maior tranquilidade pois nao ha dramas nenhum quando voce se acostuma com uma situaçao. So nunca tive a mesma coragem de Rob de ir atras dos casos pra entender o porque de ser rejeitada. O ato ja me bastava. E olha que gostei de cada pangare…

tenho a mesma impulsividade. Me apaixono na mesma velocidade que perco o interesse por alguem. Estou sempre me fragmentando em mil pedacinhos espalhados por ai.

tambem venho cultivando ha tempos uma certa melancolia. Acho bonito. So quem me conhece a fundo tambem sabe como posso ser amarga e azeda. Diz Nick Hornby que e uma das facetas da solidao. Mas hoje posso dizer que me sinto confortavel nesse papel. De ser so. Engraçado aqui as vezes a reaçao das pessoas quando digo que nao tenho muitos amigos, moro sozinha, vou sozinha a shows e ate mesmo bebo sozinha. Da pra ler o coitada estampada na testa. Uns me acham corajosa. Eu pra falar a verdade nao acho nada. So estou sendo eu. E se eu nao consigo ficar numa boa sozinha comigo mesmo….fudeu.

decidi fazer jornalismo de tanto ler Bizz. Adorava quando o Pedro Alexandre Sanches escrevia pra Ilustrada. Achei que a chegada da Rolling Stone no Brasil ia ser tudo na vida. Parei de comprar um ano depois. Lia quase todos os dias o blog do Lucio Ribeiro (e achava que ele deveria escrever diariamente  no seu espaço…mas ele nao !). Hoje descobri a Spin.

tudo isso pra dizer que acho Alta Fidelidade leitura obrigatoria na vida de alguem. Na ficçao do Hornby ate o mais amargo tem final feliz. Na vida real as coisas talvez nao tenham o mesmo grand finale. Como diria o Jorge, que pena. Fica entao com Cusack enquanto escuto os Smiths e me preparo pra a proxima leitura.

sabe quem está debutando ??  a Companhia Sutil de Teatro…e o baile dà direito à reapresentação de três clássicos de seu repertório…quando desembarcaram de Curitiba, Felipe Hirsch e sua trupe revolucionaram a ribalta paulistana com “A Vida É Feita de Som e de Fúria”, adaptação do clássico Alta Fidelidade, de Nick Hornby….a peça volta em cartaz junto com “Avenida Dropsie” e “Não Sobre o Amor”…três clássico imperdíveis…fica esperta…porque vai ficar em cartaz alternadamente de quarta a domingo, até abril, no Sesi da Paulista…

cia-sutil